1. Estava calor na cidade grande. Mas chega-se lá sem custo, deslizando pelo autocarro que nos deixa à porta do Hotel, ou quase, e depois a pé, de Metro.
Durante muito tempo achei que Barcelona tinha menos graça que Madrid. Era o único a pensar assim (tirando os madrilenos), mas persisti. A cidade era interessante, eu é que por esses dias era outro.

As ramblas, inevitáveis, a atrair turistas como ímans. A comê-los nos preços dos restaurantes e das carteiras que subitamente voam, também.
Por todo lado, Gaudí. As casas onduladas, os animais bizarros, estilhaçados a porcelana colorida.
Andar. Andar
2. Ninguém no seu juízo normal iria de propósito a Bilbao, não fosse o museu Guggenheim. Mas sem razão, como adiante se verá. E sim, vale a pena pela arquitectura do Gehry. Um bocadinho à semelhança do maluco de Barcelona, também aqui as formas são desafiadas. A titânio, claro, que ele é mais fino (por alguma razão atraiu um palhaço-presidente de câmara...). Perguntamo-nos quanto terá ele recebido por aquela obra. Muito, de certeza. Mas valeu a pena, por nos transmitir a constatação de que o homem pode pensar grande e sair-se bem.
No interior, as obras sucedem-se. Destaque para a instalação,em que colunas luminosas passam poemas em letras vermelhas que, por sua vez, se reflectem a azul ao fundo.Mas são tantas as coisas... É bom, visitar grandes museus de arte contemporânea (uma passagem rápida pelo Rainha Sofia, um dia depois, ajudou-me a verificar isso) para se perceber a diferença entre o talento e o bluff. O que é bom salta aos olhos, não interessa se foi feito agora mesmo ou há centenas de anos. Do meu ponto de vista, o contrário também.

Bilbao é sossegado como Braga ou Viseu. Sem os desvarios arquitectónicos da primeira, à vista, pelo menos. O museu de Belas-Artes tem uma boa colecção de pintura que justifica completamente a visita. E são simpáticos, com aquela bonomia da província nortenha que sabe bem. Recomenda-se.
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